segunda-feira, 11 de novembro de 2013

corpo: casa, espaços vacilantes.


Ana tinha já uma bolsa atravessada no ombro e um botão da camisa desabotoado
estava, nesse cansado momento da existência, constituindo uma travessia: à procura do pontozero do seu existir à procura da cidade natal que guarda sua morada à procura de um descanso no mundo__________ da casa e de estar inteira. - ora, trago um cansaço imenso no bolso de dentro, Tarcísio. sou estrangeira no chão onde piso, e meu corpo é esse campo aberto, absurdo! precisava dar atenção a esse corpo, e foi nessa viagem que deixei-o numa completa abertura para receber do mundo todo o vivo guardado em cada espaço vacilante e consegui entender esse corpo como um acesso, uma busca, parte consonante dessa --travessia--
creio que devo procurar esse acesso também por mar, pensei mas antes quando Rute me pediu que a acompanhasse até as montanhas, onde recebemos toda a vastidão de paisagens pelos olhos, pude perceber que minha casa não é um firmamento de terra ou de mar é então esse corpo, Tarcísio que me acompanha desde o pontozero do meu existir que guarda o sentido da minha morada mais profunda, a de ser cidade natal que é o meu descanso quando o entendo assim e que não importa o caminho, o meu lugar não é. sei do espaço da metamorfose, e pelos fins, tenho medo o entendimento por hora é o do que é nessa casa que farei morada é nessa casa erma que ficarei.




Um comentário:

Nelson MdP disse...

Se o Pontozero é uma Inalterância,
e se a Busca conduz ao tesouro do corpo,
então em Retorno a este lugar que não é,
encontramos o Corpo no Paraíso.

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