segunda-feira, 19 de setembro de 2011

em casa onde tem alguém chamado joão, o diabo não vem dançar na porta

sinto lhes dizer
mas o amor, do verbo transitivo, não existe mais
pessoas ainda comem bolacha de barro
o despertador ainda toca, todos os dias
as 07 da manhã
e eu sinto os mesmos calafrios
quando ando com os pés no chão

mas veja
o meu amor vai de mim para o outro
e as bolachas de barro tem manteiga, afinal
o despertador toca e eu durmo mais 10 minutos
e posso andar com os pés vestidos com meias de algodão

bem, o que isso quer dizer? eu não sei...
mas vejo que essa filosofia vã não me levou a lugar nenhum
na verdade, talvez esse seja só um poema sobre contradição
ou
não

4 comentários:

Caio Fernando disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caio Fernando disse...

Adorei...
tenho visto cada poema "seu"
e, ainda que
as bolachas sejam de barro,
degustei um pouco de cada sentido
e não foram as antíteses apenas
foi eufemismo ou até mais que nada.
talvez seja apenas um cardápio de pratos do tipo "não sei"
mas, é gostoso
um restaurante nada popular
comida de graça, porém
educado, não quis me encharcar
acabou tudo virando poesia e nada
se tornou vício
sirva-me em pratos novos
preciso dessa angústia de querer
sempre
mais
ou
não
como se paradoxos voltassem,
eu me rendi
eram bolachas de barro ainda
mas havia leite
travesseiros em seios
botões
ligue ou apague, mas nada escuro
tudo ao ponto de poder ver
enxergar
corolas
pétalas
sépalas também são lindas
antera
oosfera
reprodução "poemática"
nasce cada beleza em cada escrita
enterraste semente tal em mim
e poesias não param
poemas se foram
o diabo saiu correndo
não de deus
era joão

Parabéns, querida!

Carina Carvalho disse...

tão levinhos os seus poemas, né? eu gosto muito.

poetisa disse...

Aplausos...

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