quinta-feira, 16 de junho de 2011

literopatia

o que há de errado aqui?
o que há de troncho nessa poesia?
versos frouxos e cozidos numa madrugada sem graça.
ah, mas o que há!
vem de nãos ocos na mente vazia,
vem de fritar um ovo no fogão sem gás,
atrás de cantigas de alforria.
o que há de estranho, de incauto, de basalto nessa prosa?
há tudo de sui generis pelas avessas,
há um grau de certa pressa, certa altivez, por ventura,
pode-se cortar a parte que lhe agrada e cativa
tirar a cabeça, a unha, a pele, fazer moldes e brochuras

a parte burra, errada, perdida, pecadora
coloca de recúbito e deixa descansar
quem sabe assim não volte a ser o que há?

3 comentários:

tho+ disse...

ha todo o resto

Rute Magalhães disse...

A.d.o.r.o

Caio Fernando disse...

Olá! Adicionei seu blog à minha lista de leituras. Muito boas as belezas que escreves.
Parece-me que os poemas teus
são versos que falam escondidos
como se fossem "roedores"
bem devagar para ninguém perceber
vão tirando os pedaços
levando
levando
amanhece o dia
e parece tudo ser como antes
mas levaram um pedaço da casa
aquilo ficou marcado...

Um abraço, querida!

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