segunda-feira, 10 de setembro de 2012

diário de viagem

A pergunta que o lugar me traz faz com que meu pensamento seja retalhado
Em cima de uma mesa amarela escrevo para espantar o frio
O homem com cara de sapo se aproxima e parece carregar o mundo na mandíbula. Arrota grosso e em seguida solta um riso escrachado para si mesmo.

Mas a pergunta que esse lugar me traz ainda se faz presente de uma forma maleável
E a noite acaba por penetrar-se em um azul profundo, e uma pequena senhora com um certo aspecto místico acaba de pedir uma bebida no balcão
Manuel guarda a expressão de um tempo de andanças, e por mais que tente se auto afirmar em gestos e pisadas firmes, seu lugar não é aqui

seu lugar não é...

Acredito que cada olhar esconde uma condição
Procuro um olhar para guardar no sol, no solo e no sonho...

Interrompo aqui o desenrolar desse texto, e, junto com ele, meu insaciável ímpeto de observação
Creio não poder responder a pergunta que esse lugar me trouxe
não
agora
Assim como também não posso lhe dizer que nos distinguimos de qualquer vibração sensitiva ao redor de nós

Me levanto e vou embora com o sereno
E assim a noite cresce, seguindo o ritmo das palpitações...

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