quarta-feira, 5 de maio de 2010

um corpo de mulher

Lembrei do aniversário da Hilda Hilst, mas também lembrei que esqueci.
Ela faria 80 anos no dia 21 de abril.
Zeca Baleiro ja havia lhe dado o melhor presente, quem puder ouça Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio
E leiam Estar Sendo Tem Sido
E toda a obra
E tudo
E ...



"Quem a mim me nomeia o mundo? Estar aqui no existir da Terra, nascer, decifrar-se, aprender a deles adequada linguagem, estar bem

não estou bem, Ehud

ninguém está bem, estamos todos morrendo

Antes havia ilusões não havia? Morávamos nas ilusões. Ehud, e se eu costurasse máscaras de seda, ajustadas, elegantes, por exemplo, se eu estivesse serena sairia com a máscara da serenidade, leve, pequenas pinceladas, um meio sorriso, todos os que estivessem serenos usariam a mesma máscara, máscaras de ódio, de não disponibilidades, máscaras de luto, máscaras de não pacto, não seria preciso perguntar, vai bem como vai etc., tudo estaria na cara

Não pactuo com as gentes, com o mundo, não há um sol de ouro lá fora, procuro a caminhada sem fim, te procuro (...), a viva compreensão da vida é segurar o coração. me faz um café".

Hilda Hilst (Trecho de A Obscena Senhora D)

Um comentário:

Mariana Conti disse...

vc assistiu a peça? maravilhosa... ah hilda...

...